segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

A nossa prenda de Natal!

Durante o período que passamos no mosteiro tivemos a oportunidade não so de desfrutar de um período de calma e silencio, mas também de mergulhar a fundo nos nossos próprios pensamentos de uma forma “orientada”.
Orientacao em que sentido? O que Steve e a Rosemary nos pediram foi para estarmos atentas aos pensamentos que nos vinham a mente, para nos apercebermos que tipo de pensamentos eram e depois os deixarmos ir.
Segundo eles, nós não somos os nossos pensamentos, estes vêm e vão, passam por nós e seguem o seu rumo, como a água de um rio vai fluindo com a corrente. Têm um carácter impermanente e nós, ao nos apercebermos disso, vamos ganhando a noção de que somos mais do que isso, algo que ultrapassa o somatório de todos os nossos pensamentos.

Estes podem enquadrar-se em cinco categorias (que, em inglês, dão pelo nome de “hindrances”):
- desejo dos sentidos;
- aversão;
- preguiça e torpor;
- preocupações e inquietude;
- duvida

Se conseguirmos estar atentos ao que pensamos e sentimos, acabamos por perceber que e de facto possível definir qualquer pensamento como pertencente a uma destas categorias. Também nos foi dito que um dos perigos deste processo é a nossa tendência para, ao nos apercebermos de certos pensamentos, sentirmos aversão a nos próprios. A Rosemary, com a sua voz serena, quase hipnotizante, repetia: “Tentem não se recriminar e conduzam o processo com calma, paciência e compaixão por vocês próprios”. Referia ainda quatro palavras magicas que se tornaram quase num mantra, aplicável a tudo na vida: “Paciência, Coragem, Sabedoria e Persistência”.

O processo pós-categorização consistia em deixar os pensamentos irem embora, mas nem todos nos querem deixar tão facilmente. Nestes casos, era-nos dito para nos concentrarmos no nosso corpo.
Onde é que sentíamos a expressão destas sensações mais fortes? Devíamos tentar sentir o que o nosso corpo nos tentava dizer (dentes a ranger, punhos cerrados, testa franzida, estômago as voltas, etc) e concentrarmo-nos nessa sensação ate ela desaparecer. E por essa altura já o pensamento se tinha desvanecido. Era ai que devíamos contemplar o seu carácter impermanente que nem sempre nos parece assim tão obvio, sobretudo quando estamos imersos em sensações muito fortes.

Este conhecimento que nos foi transmitido é a nossa prenda de Natal para todos aqueles que lêm este blog. Esperamos que, mesmo não estando 10 dias num retiro num mosteiro, consigam aproveitar algumas destas noções em momentos mais confusos e/ou complicados da vossa vida e desta forma conseguirem paz de espirito!!!



WE WISH YOU A MERRY CHRISTMAS!!!

LAURA & ANA

3 comentários:

Anónimo disse...

Feliz Natal e Bom Ano Novo!

Sílvia

Filipe Roque disse...

Tive um pouco de Natal branco na Suiça e em França nas semanas passadas, mas tou de volta ao sol português para passar a quadra com a familia. Gostei muito dos ultimos posts. Menos regulares, mas com um conteudo... que experiencias fantasticas!

Feliz Natal! Aí conseguem encontrar e comer as 12 passas a 31Dezembro? E saudades do bacalhau? algumas? :D

Beijinhos

beatles disse...

Que experiência fascinante!