sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Kathmandu pictures

Atendendo aos insistentes pedidos dos nossos excelentissimos leitores, a quem estamos sempre atentas, aqui vai uma pequena seleccao de fotos do que tem sido a nossa estadia por terras da capital nepalesa.


Aqui temos a Catarina nas compras. Preparem os vossos bolsos para a chegada dela, porque vao ter muita escolha para comprar. Tem-se revelado uma mulher de negocios a nossa amiga! Ja a vi a conseguir coisas por 1/4 do preco que o vendedor tinha pedido inicialmente, o que tambem me tem dado algum jeito...


Digam la que a cosmetica nepalesa nao nos favorece a pele!!! Quem nos tirou esta foto foi um dos vendedores na praca principal de Kathmandu, chamada Durbar Square, que nos disse ter aprendido a fotografar com um fotojornalista do New York Times. Nos ficamos na duvida...mas e um facto que, ao contrario de um outro indiano a quem pedimos uma fotografia, este nao nos cortou ao meio...


E la encontramos o nosso amigo Hugo, que veio fazer trekking por estas bandas. Estivemos quase para nao o ver, mas devido ao mau tempo, o voo dele para os Himalaias foi adiado, o que nos possibilitou um convivio nocturno com direito a jantar. E vinho! Para alem do Hugo, conhecemos os dois portugueses que o estao a acompanhar nesta jornada em busca dos Sherpas, o povo das montanhas.


E hoje, quando iamos em busca de um restaurante, deparamos por acaso, com as filmagens de um anuncio. Digam la que eles nao sao cheios de estilo?!?!? Nos ficamos logo ali a babarmo-nos por aqueles exemplares masculinos tao graciosos! Mas claro, tinha de haver a gaja boa para nos por logo a um canto...


Pelo meio alguem nos disse que este belo exemplar era o "ancient prince of Nepal". Sera? Nao sera? Isso e o que teremos de descobrir.


E aqui temos uma fotografia de um homem santo na Durbar Square de Kathmandu. Depois desta foto, seguiu-se um episodio curioso. Ao ouvirmos alguem a falar portugues, viramo-nos e um casal vem na nossa direccao. A rapariga diz que sabe onde eu moro e que me costuma ver a passear o cao. Era nada mais nada menos que a filha dos meus vizinhos do andar de baixo. Foi uma grande coincidencia que os unicos portugueses com quem nos cruzamos aqui fossem logo conhecidos... Choses de la vie.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Travessia India-Nepal: segunda etapa

Quando chegamos a Birganj estavamos tao podres que optamos por seguir para Kathmandu no dia seguinte. Acabamos por ficar num hotel a descansar e a ver filmes na HBO, esse grande canal americano!
Ontem la nos pusemos ao caminho, com mais quase 10 horas de autocarro, desta vez bem mais calmo e com paisagens deslumbrantes. E muito interessante ver como ao atravessar a fronteira por terra se consegue observar logo a diferenca cultural e paisagistica. E ate os tracos das pessoas se notam logo tao diferentes.
Em comparacao com a India sente-se uma maior leveza na atitude das pessoas, menos gente e menos confusao. As mulheres parecem tambem muito mais descontraidas, vem-se muitas a viajar sozinhas com os filhos, o que no norte da India nao e propriamente comum. Engracado como em tao pouca distancia existem tantos contrastes!
E viemos desembarcar em Kathmandu, mais concretamente Thamel. Uma especie de oasis ocidental que, apesar de tudo, serve para saciar fomes mais imediatas de comida e consumismo! Finalmente conseguimos comunicar num ingles menos arcaico e conseguir que nos percebam. E por aqui ficamos uns dias...

E la entramos no Nepal...

Travessia India - Nepal: primeira etapa

Primeira conclusao: se o guia diz que algum sitio nao e agradavel, talvez isso tenha um fundo de verdade.
Ha varias formas de chegar ao Nepal por terra, varios postos fronteiricos e o nosso guia dizia que o pior sitio por onde atravessar a fronteira e a vila Indiana de seu nome Raxaul!
Claro que esse tinha de ser o posto de fronteira mais perto de Bodhgaya. Para alem disso conhecemos uma finlandesa que tinha vindo do Nepal para a India sozinha e atravessado a fronteira neste mesmo sitio. O balanco nao era assim tao negativo. Segundo ela, a unica parte chata era as estradas serem muito mas. Pensamos entao: se a finlandesa consegue ir sozinha, nos tambem conseguimos (tornou-se uma questao de orgulho!).

Autocarro de Bodhgaya ate Patna. Nao foi mau, mas na altura pareceu, foram 7h de apitos, apitos e mais apitos. Chegamos a Patna a noite, apanhamos riquexos de bicicleta e cada uma foi num diferente. Os simpaticos condutores decidem separar-se um do outro. Enquanto um convence uma a ficar num hotel numa rua escura no meio do nada, a outra, sem o rough guide, tentava nao se esquecer do nome da guest house para onde era suposto irmos. O melhor disto tudo e que desperta o lado raivoso de uma pessoa! La berramos com eles, cada uma com o seu, e acabamos por nos cruzar, por um acaso do destino, na rua pretendida.
Depois sao os dois palhacos dos condutores a fingir que nao sabem como chegar ao hotel que nos queremos. Claro! Queriam levar-nos para um hotel caro para receberem comissao. Aaaaai, a raiva!! Vimos um hotel, berramos para eles pararem e comecam a dizer que ali nao aceitam estrangeiros. 'Foreigners not allowed, foreigners not allowed'. O caracas, pensamos. Saimos, fomos la e um dos condutores veio atras. Quando entramos no hotel e perguntamos o preco veem-se olhares cumplices entre o condutor do riquexo e o homem do hotel. Trocam uns sorrisinhos idiotas (parecia que estavamos na primaria!!!) e dizem a frase magica: 'foreigners not allowed'.
Mal saimos dali, vemos outro hotel. 'Tu ficas aqui a porta', berramos para o palhaco do condutor de riquexo. Acho q nunca deu tanto gozo berrar com alguem, estavamos capazes de lhe partir as perninhas. Claro que depois de entrarmos neste hotel nos arranjaram logo um quarto. E com TV, primeiro luxo!
Mal sabiamos nos que o melhor ainda estava para vir!

Dia seguinte: apanhar autocarro para Raxaul.
Raxaul e o posto fronteirico do lado da India. Birganj fica ja do lado do Nepal. O rough guide desaconselha vir por aqui, mas diz que, caso alguem decida passar esta fronteira, o melhor e ficar alojado neste ultimo. Descreve Raxaul como 'the evil twin sister of Birganj'.
Primeira duvida: levantar dinheiro ou nao levantar? Ja nao tinhamos muitas rupias indianas, mas tinhamos dolares e euros. Sabiamos que as notas de 500 rupias indianas eram ilegais no Nepal e tambem por isso achamos melhor nao levantar. 'La nao deve haver problema, se houver trocamos os dolares. Senao depois levantamos rupias nepalesas em Birganj'. Nao foi uma decisao propriamente sensate, mas uma coisa e certa, nao chegamos com notas ilegais. Alias, nem ilegais, nem legais! O que nos nao fazemos para cumprir a lei!

Conseguimos apanhar autocarro as 11h. Para Raxaul, segundo somos informadas. Como a viagem deveria ser de 6h, estavamos a contar chegar a Raxaul pelas 17h/18h no maximo. Aah, porque o guia dizia que, embora a fronteira, supostamente, devesse estar aberta 24h, os guardas pelas 19h resolvem ir para casa fazer a sesta.
Estradas mas, bem piores que as que tinhamos apanhado no dia anterior. Muitos apitos. E porque? Porque eles conduzem no meio da estrada e vao-se 'desviando' dos carros que passam. Tem que ir buzinando entre si para avisarem que se aproxima um veiculo. Toca a chegar para o lado. Qual lado? o condutor decide na altura... Isto tudo num autocarro que, embora semi-podre, tinha TV com DVD a passar filmes indianos a altos berros (sorte a nossa termos ficado mesmo debaixo das colunas! E sorte a dos nossos timpanos, por terem sobrevivido).

Ora bem, 15h30 e o autocarro para no meio de uma vila bem bem atrasada (isto tudo ainda e o estado do Bihar, um dos estados mais pobres e atrasados da India, conhecido por ser um estado particularmente corrupto e recheado de bandidos. Hehe, aventuras e o que nos queremos? Estamos no sitio certo!. 'Bus stop, to Raxaul other bus'. E la vamos nos para o outro bus. Com isto nao contavamos. Uma hora a espera, sao 16h30 quando o belo do autocarro parte.
Quanto tempo ate Raxaul? Mais duas horitas. Beeem... a pior estrada de sempre!!!
Fica escuro, nao se ve nada, o autocarro da tantos saltos que quase se vira.E quando reparamos que a volta da estrada esta tudo alagado. Estamos literalmente no fim do mundo, a caminhar nao sabemos para onde, quando do nada um simpatico passageiro decide atacar o homem que vende os bilhetes do autocarro (o qual ja devia ter tomado muita porcaria alucinogenea porque estava com um ar meio atordoado). Comeca a dar-lhe pontapes e saca da navalha (estavamos nos no banco da frente a assistir tudo de camarote!) e saltam os dois para a rua. Tudo escuro, nao se via vivalma. O condutor e uma data de homens saltam tambem la para fora e desaparecem.. Surreal. Deu-nos para rir, ataque de riso idiota (o que nao e agradavel depois de umas 7h sem casa de banho).
Bem, os homens la regressam, excepto o senhor da navalha. Sabe-se la em que estado tera ficado…E o autocarro retoma a sua marcha, como se nada se tivesse passado. Mais uns saltinhos no escuro, passa uma hora e chegamos ao destino.
Raxaul....Aparece-nos logo um condutor de riquexo (novamente bicicleta, mas desta vez contorcemo-nos todas para cabermos num so) e pedimos para ele nos levar ao posto fronteirico. CLOSED!! Claro... e quantas rupias tinhamos nos no bolso nessa altura???? Xaraaaaann: com todos os troquinhos tinhamos menos de 200 rupias indianas (portanto, menos de 4 euros). O riquexo leva-nos a um hotel semi-podre E ai que descobrimos, ao tentar pagar, que nos tinham dado o troco do autocarro em rupias nepalesas, ou seja, se achavamos que tinhamos uma nota de 50 rupias indianas, descobrimos que afinal essa mesma nota so valia 30 rupias. Isto porque? Porque a nota era nepalesa!!! Estavamos entao ainda mais falidas do que pensavamos. Novo ataque de riso em frente ao staff do hotel que so olhava para nos com ar incredulo. De facto, nao era suposto acharmos piada a situacao…La conseguimos um quarto por 2euros e meio (Aquilo seria um quarto?? Conseguiu bater o nosso ranking de hoteis nojentos!. As manchas vermelhas da parede deixaram-nos na duvida:seria aquilo vomitado ou vestigios de sangue?). Mas ainda tinhamos que pagar ao homem do riquexo. E ja nem tinhamos agua. Resultado: foi o homem do riquexo que nos emprestou dinheiro para podermos comprar agua e comida (ja nao comiamos ha mtas horas). Mesmo assim tivemos de dividir um mini prato, que ainda para mais estava muito picante, o que nao e bom quando so temos uma garrafa de agua para as duas ate ao dia seguinte…E isto num pais onde nao se deve beber agua da torneira…

No meio de tudo so conseguiamos ter ataques de riso dos mais estupidos. Ataques de riso e ataques de furia com os indianos. O melhor e que conseguimos alternar sempre, ou esta uma com vontade de abater indianos ou e a outra que esta numa de os fulminar.

Pela manha tudo se resolveu. Tivemos uma sorte descomunal: encontramos um casal de eslovenos que nos trocou 5 euros por rupias indianas (porque aqui nos 'offices' eles se recusavam a trocar quantias tao pequenas, diziam q so trocavam 1500 dolares. Como se nos tivessemos isso!!), deu para pagar ao riquexo, atravessar a fronteira e no Nepal la descobrimos um MULTIBANCO a funcionar.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Protestos em Bodhgaya

Em Bodhgaya parecem viver-se tempos turbulentos. Ha cerca de dois dias atras, vimos tractores destruirem um conjunto de lojas (mais semelhantes a barracas), supostamente ilegais, mesmo em frente ao mosteiro tibetano onde nos encontramos alojadas. Os tractores e camioes chegaram ao final do dia e, na manha seguinte, ja nao se encontravam vestigios de nenhuma das cerca de seis ou sete barracas.

Nesse mesmo dia comecaram os protestos. Filas de manifestantes, homens e mulheres, desfilavam pela rua principal de Bodhgaya, erguendo velas e bandeiras do partido comunista. Vozes iradas com protestos que para nos eram inteligiveis. A noite tudo silencioso, demasiado silencioso.

O que se passou entao? O Templo Mahabodhi, no qual se encontra a arvore Bodhi sob a qual Buda ficou iluminado, foi considerado Patrimonio Mundial da UNESCO. Por isso, e talvez para dar um ar mais “clean” a Bodhgaya, grande atraccao turistica do estado do Bihar, o governo resolveu destruir as barracas ilegais. O problema e que, sendo o Bihar um dos estados mais pobres da India, e tendo muitas das pessoas que aqui vivem perdido a sua forma de sustento, esta atitude do governo local acabou por despoletar protestos e greves. A maioria das lojas localizadas junto ao templo, mesmo possuindo estatuto legal, encontram-se agora fechadas. Isto porque, segundo consta, muitos dos lojistas resolveram entrar em greve e aderir aos protestos.

Ontem a noite foi o silencio. A porta do mosteiro estava estacionado um grande jipe que dizia “Riot Control Vehicle”. Agora, ao escurecer, conseguiamos ouvir do quarto os berros dos protestantes. Em volta destes so homens fardados. Tentamos perguntar o que se passava mas as barreiras linguisticas foram mais fortes. Nem os meus parcos conhecimentos de Hindi tiveram qualquer utilidade.

Pelo meio da aparente confusao so mesmo os monges tibetanos parecem deslizar com a mesma calma e leveza.

Hoje fomos a escola!



Fizemos novos amigos...
Hoje, apos alguma insistencia (ponto forte dos indianos) de dois rapazes, la acabamos por os seguir a sua escola! Ao chegarmos la descobrimos que a escola era, na verdade, a casa do tutor, o qual nos pediu logo uma contribuicao para dar seguimento ao seu nobre trabalho de instruir as criancinhas da aldeia. Explicado estava o porque de tanta insistencia para la irmos...
No entanto valeu bem a pena conhecer o outro lado de Bodhgaya. E ainda ganhamos dois novos amigos!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

As surpresas de Bodhgaya

No Bihar, estado em que nos encontramos, o Verao so termina em finais de Outubro. O que quer dizer que estamos numa permanente estufa.
Pelas 14h30, estavamos nos a derreter debaixo da ventoinha quando faltou a luz. O quarto transformou-se numa sauna e resolvemos cometer a loucura de sair a rua para procurar alimentos. Fomos para um dos poucos restaurantes com gerador, essa bela invencao que permite a um ser humano recuperar alguma restia de energia aqui por estes lados.

Estavamos nos ainda a recuperar da semi-desidratacao provocada pela falta de electricidade, quando uma "ocidental" se sentou na nossa mesa (e interessante experienciar esta cumplicidade entre pessoas aparentemente ocidentais: cada vez que nos cruzamos com alguem mais esbranquicado, com ar de turista, segue-se um simpatico cumprimento acompanhado de um olhar de mutua compreensao). A Joanna era finlandesa e logo nos falou na meditacao Zenzai do mosteiro japones. Ficamos curiosas e resolvemos acompanha-la.

Comecou ao por-do-sol, a escutar o som dos passaros la fora. Um eco de pensamentos persiste em vir ao de cima. Talvez ainda precisemos de treinar um pouco mais estas nossas mentes ocidentais...

"Let your mind free", foi o ensinamento final do monge japones que guiou a nossa meditacao.

domingo, 14 de outubro de 2007

Turismo Zen

Chegamos finalmente ao nosso destino seguinte. Depois de uma viagem de comboio que foi uma derradeira provacao a nossa paciencia budista, com escala em Gaya, onde dormimos num hotel de insectos que generosamente nos cederam um espacinho na cama, la chegamos a Bodhgaya!
A nossa ideia era ficar num mosteiro que tem por habito acolher peregrinos. No entanto, as nossas expectativas quanto ao conforto nao eram muito altas. Qual nao foi o nosso espanto quando damos de caras com um quarto enorme, com 3 camas e imenso espaco so para nos as duas! Limpinho, com uma casa de banho optima, e uma vista para um terraco verdejante...Isto tudo dentro do mosteiro.
Enfim, uma piscina ou uma praia e era o paraiso! Amanha vamos comecar a pesquisar a zona e quem sabe comecaremos umas meditacoes...
Ja agora se quiserem saber mais sobre o local podem ir a www.bodhgayanews.net

sábado, 13 de outubro de 2007

Beep beeeep


Para terem uma pequenina ideia da confusao que sao estas estradas. Aqui estao constantemente a buzinar. Conhecemos um casal de americanos em Varanasi que dizia que desde que a buzina chegou a India nunca mais houve um segundo de silencio. Algures na India esta sempre alguem a buzinar. E nos confirmamos!

Times of India


A Cat a informar-se num cafe de Calcuta

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Noticia explosiva

A maravilha da TV cabo e que nos permite manter sempre informadas do que se vai passando. Hoje, ao regressarmos ao quarto, mal passamos pelo canal das noticias quando vemos o titulo que nos captou a atencao: “Bomb blast”.

Em Ajmer (no estado do Rajastao, a alguns milhares de quilometros do estado de Bengala Ocidental, onde nos encontramos) houve um atentado de bomba num templo onde se encontravam cerca de 200 pessoas, 20 ficaram feridas e 2 morreram.

Fomos pesquisar informacoes ao nosso amigo Rough Guide. Embora nao seja um destino propriamente popular entre hindus e turistas estrangeiros, Ajmer e uma localidade conhecida por ter sido a casa do sufi Chishti, fundador da ordem muculmana Chishtya. O tumulo de Chishti, tambem conhecido como Dargah, e um importante local de peregrinacao muculmana, sobretudo nos meses de Outubro e Novembro. De tal forma que o proprio Pervez Musharraf, ainda presidente do Paquistao, agendou uma visita a Ajmer durante a sua estadia na India em 2001.
Percebemos entao a logica do atentado de hoje: esta provavelmente enquadrado nas continuas lutas travadas entre extremistas hindus e islamicos.

Assim que mudamos para outro canal de noticias deparamo-nos com mais um atentado. Desta vez em Srinagar, a capital de Caxemira. Depois disto tudo, e com o estomago ainda bem recheado apos o enfardamento do jantar, o nosso lado ocidental venceu e optamos por ficar pelo canal que transmitia o Ocean's Eleven.

Caros leitores, fomos assoladas por uma duvida e pedimos a vossa colaboracao para a esclarecer: alguma destas noticias passou em Portugal?

Aguardamos ansiosamente o vosso esclarecimento!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Calcuta. Ou kolkata?

Segundo dia em Kolkata, antiga Calcuta.
Encontramo-nos de novo na confusao de uma grande cidade mas, desta vez, bem confortaveis num hotel Sikh. Foi o auge a chegada do hotel: por cerca de 8 euros/noite (o que nao e propriamente barato) encontramos um quarto bem limpo, com TV (um luxo desmedido!!) e espaco para circularmos a vontade (o nosso quarto em Varanasi mal dava para abrir a porta sem esbarrar com a cama e tinhamos que dormir com as malas em cima da cama por nao haver espaco no chao).

A cidade, embora confusa, cativou-nos. Talvez porque chegamos com expectativas baixas. Pretendiamos resolver certos pormenores de ordem logistica como comprar bilhetes de aviao e afins, descansar e partir. Fomos surpreendidas por um caos agradavel, recheado de belos taxis amarelos e edificios com tracos de arquitectura britanica. O nosso estomago tambem se tem deliciado com os sumos naturais e pratos afins que temos encontrado em restaurantes na Sudder Street.

Mais dois dias por aqui e... rumo a Bodhgaya. Em busca da iluminacao perdida!

Ao encontro de Buda

Ainda antes de virmos para Calcuta resolvemos passar por Sarnath, uma localidade 10km a norte de Varanasi. Este e um destino de peregrinacao budista, com diversos templos e monumentos em sua homenagem. O que mais nos marcou foi o que identifica o local onde Buda deu o seu primeiro ensinamento.
Este local transmite uma enorme paz de espirito e gostamos mesmo muito de la estar. Foi entao que, num livro que compramos la, soubemos que a arvore debaixo da qual o Buda atingiu a iluminacao esta aqui numa zona da India. Como o nome vinha com uma traducao diferente, nao encontramos a zona no guia e nao pensamos mais nisso. Mas o destino prega surpresas, e e na estacao de comboios, a espera do comboio que seguia para Calcuta, que encontramos uma familia (um casal com uma miuda pequena) com quem metemos conversa. Eles tem passado os ultimos anos a viajar pelo mundo e o pai da aulas de Ingles pelos sitios onde vao passando. E entao que eles nos dizem que vao para Bodhgaya. Este e o sitio onde esta a tal arvore. Descobrimos finalmente no guia e optamos por alterar os nossos planos e ir la, uma vez que fica em caminho. Viremos de la iluminadas? Nao percam os proximos capitulos!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

E mais uma vez o Ganges


A Laura no rio Ganges.

E assim nos despedimos de Varanasi. Eramos para estar ca 3 dias, acabamos por ficar 5. Apesar de pequena, a cidade tem muito para ver e fazer, alem de que a sua proximidade com o rio a torna calma e relaxante, contrastando muito com Delhi.
Varanasi, a segunda cidade mais antiga do mundo, e um centro de espiritualidade da religiao Hindu. Muitas pessoas vem para aqui ao sentir a proximidade da morte, pois acreditam que quem morre nas margens do Ganges atinge a iluminacao. Por dia sao queimados cerca de 200 corpos cujas cinzas sao depois entregues a este rio considerado por muitos sagrado. Sem duvida um lugar a visitar. Amanha seguimos para Calcuta(ou Kolkata)com mais 12 horas de viagem de comboio pela frente. Desta vez com paninhos as riscas!!!

Na margem do Ganges


Prontas para nos purificarmos nas aguas do rio Ganges

De Delhi para Varanasi


A Catarina no comboio a caminho de Varanasi

sábado, 6 de outubro de 2007

De Nova Delhi a Varanasi

Ao saber que a India detem o recorde de acidentes de transportes, onde por falta de manutencao rodoviaria todos os anos se registam cerca de 400 a 500 acidentes, provocando uma media de 700 mortos anuais, andar de comboio pode ser considerado ja por si uma aventura.

Depois de comprados os bilhetes de Delhi para Varanasi ("Porque ir em primeira classe se podemos ir em segunda? Nao deve ser assim tao mau", insisti eu), fomos comprar uns panos bonitinhos para nos cobrirmos na viagem.

(NOTA IMPORTANTE: neste momento, para conseguirmos realizar a magnifica proeza de escrever no blog, estamos prestes a ser devoradas por milhares de impiedosos insectos estranhos que nao param de nos saltar para a cara e tentar entrar para dentro da camisola. Estamos a entrar "em parafuso". Mas somos umas resistentes! Eles nao nos farao parar!!!)

(Continuando nos paninhos) Sem pensarmos muito no assunto, o nosso gosto ocidental atraiu-nos logo para uns com caracteres hindi. E la fomos nos para a New Delhi Railway Station, onde as vinte horas apanhamos o comboio nocturno e, apesar do po e da sujidade, nos instalamos (segundo padroes indianos) confortavelmente, debaixo de tres ventoinhas. Compartimento com mais mulheres, alguma luz, e tudo adormece cedo. Tudo parece correr bem... Mas nem tudo e o que parece. Foi a licao que aprendemos nessa noite.

Cerca de tres horas depois do inicio da viagem comecamos a ouvir berros fora do comboio. Quando para nessa estacao, a nosssa carruagem enche-se de homens que, provavelmente, ja teriam bebido uns copitos e estavam algo animados. Mais animados ficaram quando se depararam com duas estrangeiras. Demos por nos num circo em que pareciamos ser as atraccoes principais. Para nos resguardarmos, achamos entao por bem cobrirmo-nos com os belos panos. Nao passaram cinco segundos quando um homem agarra o pe da Laura e grita: "Hey! Don't wear this, this is offensive!". Foi ai que percebemos que os panos tinham oracoes hindus escritas e podiam ferir susceptibilidades (para alem de, aos olhos de um indiano, ser bastante ridiculo). So conseguia imaginar alguem em Portugal a cobrir-se com um pano onde vem escrita uma Ave Maria ilustrada com imagens de Nossa Sra. de Fatima. Claro que esta associacao so veio piorar a nossa situacao, agora e que nao conseguiamos mesmo parar de rir (o que aqui, numa mulher, nao e muito bem visto).

(Conseguimos! Adeus mosquitos e insectos afins!)

Mais noticias de Varanasi brevemente. Num blog perto de si!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Ana e Laura em New Delhi


E aqui somos nos na movimentada Delhi...

Arriving Delhi

On our way to Delhi tao entretidas estavamos com os ecras-maravilha da BA que, quando demos conta, ja sobrevoavamos a capital indiana.
Ao chegarmos, as 6h30 da manha (2h da manha no Condado Portucalense), la fomos para o Visitors Lounge. Aqui esperamos 3 horitas sempre bem acompanhadas por segurancas indianos que, muito amavelmente, demonstraram a sua preocupacao com o nosso bem estar, procurando insistentemente arranjar-nos taxis para o centro de Delhi pela modica quantia de 20 euros (percurso esse que sabiamos ficar a volta de 5 euros).
Depois de percebermos que a espera foi em vao, dirigimo-nos ao balcao dos taxis pre-pagos (os pre-paid taxis) para arranjarmos transporte para o centro da cidade. Claro que, antes de conseguirmos pagar um taxi, varios indianos nos passaram descaradamente a frente, ignorando-nos completamente. Foi ai que a Laura lancou o que se veio a tornar o nosso grito de guerra: " HEY! We exist! We are people!!". Eles riram-se e conseguimos ser atendidas.
Primeiro objectivo concluido, seguimos de taxi para a guest house recomendada pelo Rough Guide. Mas nem tudo e assim tao simples em Delhi. Depois de muitas voltas e muitos pedidos de direccao por parte do taxista, estava eu a dar em doida com o mapa de Delhi sem perceber como la chegar quando a semi-adormecida Laura acorda e, no segundo seguinte, da um berro: "E aqui!". Tinhamos uma placa com o nome da rua mesmo a frente do nosso nariz. Grande timing! E foi assim que chegamos a Sunny Guest House, que tem sido o nosso refugio nesta confusa Delhi.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Chegadas a Delhi


Ja em Delhi. Agora no Visitors Lounge, a espera que abrissem os offices das companhias aereas onde precisavamos de ir. Depois de 3 horas de espera e de pagar 30Rs para nos admitirem nesta zona VIP, foi ai que descobrimos que era feriado na India. No dia 2 de Outubro o nosso amigo Gandhi faz anos e nos nem nos lembramos...oooops
NOTA: Como veem as saidas de emergencia funcionam muito bem. Um pouco como os semaforos e as passadeiras!

Partida, Largada...FUGIDA!

1 de Outubro, 8h30 da manha: inicio do processo de partida!

(WARNING: nao estranhar a falta de acentos e caracteres singulares da lingua portuguesa, afinal estamos na India)

Depois de uma noite dedicada a organizacao (e desorganizacao) de malas e afins, la foram as zombies matar saudades do aeroporto de Lisboa. Fazer check-in, rumar pelo duty free, aproveitar os atrasos (a British Airways resolveu pensar no nosso bem estar e atrasou o voo Lisboa-Londres para nos dar uma horita extra). Mais atrasos. Embarcar para Londres. "Sera que as malas se vao perder pelo caminho? Sera que temos tudo o que precisamos? Teremos esquecido algo muito importante?". Nuvens e mais nuvens. E muita turbulencia. O aviao desce, sobe, abana. O nosso estomago deliciou-se a acompanhar o movimento. O efeito nao foi muito agradavel mas os sacos de enjoo sobreviveram intactos. Chegadas a Heathrow passam 15 minutos e as portas do aviao continuam fechadas. Passam 20 minutos, passam 30 e... "Daqui fala o comandante: pedimos desculpa mas tivemos que trazer o aviao para uma porta diferente da que era suposto e o pessoal de terra ainda nao foi avisado". Mais 30 minutos para finalmente pisarmos solo ingles. Londres, capital da libra esterlina. Razao suficiente para nos fazer evitar o duty free. Mas oportunidades nao faltaram pois a British Airways presenteou-nos de novo com mais uma hora de atraso, agora no voo Londres-Delhi.

Waiting in Heathrow


Catarina no aeroporto de Heathrow, enquanto esperavamos que nos dissessem qual a porta de embarque para Delhi.